revista
de cultura # 11
. fortaleza, são paulo - abril de 2001
Roberto Rébora, artista
convidado Nasce em 11 de março de 1963, em Guadalajara, Jalisco. Se inicia no desenho
realizando caricaturas e colaborando para vários jornais e revistas. 1981. Exposição
individual no ex-Convento do Carmen de Guadalajara, Jalisco. 1983. Exposição
individual organizada pelo museógrafo Don Alonso Sotosoria
no Museu de Ciências e
Artes da UNAM. A Editorial Cuarto Menguante publica Si existieras, señor
mecenas, onde se reproduzem
30 desenhos com introdução do Dr. Manuel Rodríguez Lapuente
e de Carlos Prospero. Primeira viagem
à Itália, fato
determinante em sua formação. É bolsista pelo editor Enrico
Valecchi e a oficina de gravura
Il Bisonte em Florença, Itália, para trabalhar por um ano com gravura em
metal. 1984. Exposição
individual Gravures na
La Maison de Mexique,
Paris. 1985. É bolsista pelo governo
italiano atrvaés do IILA, para trabalhar
um ano na oficina de gravura Il Bisonte em Florença, Itália. 1986. Exposição
individual Primeros grabados na Galeria ANDSA, México, DF. 1987. É bolsista pela Região
Toscana para trabalhar
por um ano com litografia na oficina de gravura Il Bisonte em Florença, Itália. Exposição coletiva de gravura no
Instituto Britânico de Roma, onde
foi selecionado para
integrar uma exposição
itinerante por várias cidades
da Inglaterra. 1988. Dedica-se de tempo completo à pintura. 1989. Exposição
individual Grabado litografía y monotipo na Câmara do Comércio de
Guadalajara, Jalisco, onde reúne a maior parte de seu trabalho realizado até então. 1990. Decide se radicar na
Ciudad de México, ano determinante para sua formação. Obtém a bolsa do
Fundo Nacional para a Cultura e as Artes. Exposição
coletiva El sentido de la alquimia na Galeria Florencia Riestra,
México. 1991. Exposição
individual Cuadros para una exposición na Galeria Benavente-Morales, Ediciones y Arte, México. Exposição na Galeria Il Bisonte, em Florença, Itália. 1992. Exposição
individual Obra reciente no Museu de Arte
Moderna Alvar y Carmen T. de Carrillo Gil, México. Exposição individual na Galeria Arte Actual Mexicano, em
Monterrey, Nuevo León. 1993. Exposição
individual La niña precoz, Museu da Cidade, Guadalajara, Jalisco. 1994. Exposição
individual La niña precoz, Expaço para
artistas. México. 1995. A convite do Ministério
de Cultura Austríaco, trabalha
em Viena durante quatro
meses. Exposições individuais:
Poetisa, homenagem nacional comemorando 300 anos de nascimento
de Sor Juana Inés de la Cruz. Universida del
Claustro de Sor Juana, México; Recent paintings, Lynn Goode Gallery, Houston, Texas. Exposição coletiva Genio e
Maestría de Jalisco, no Museu de Arte Contemporânea, Monterrey, Nuevo León. 1996. Resdie por três meses em Nova York, trabalhando em um projeto
sobre a cidade. Exposição
individual Wien, no Museu
das Américas. Washington. Exposição
coletiva El deseo y la memoria, no Museu Amparo, em Puebla,
México. 1997. Exposição
individual Drawings, no Instituto Cultural
Mexicano, Nova York. Exposições
coletivas: Form
und funktion Der Zeichnung Heute, no Frankfurter Kunstverein, Frankfurt; e Salón de Arte 1997, da Fundação Cultural Bancomer,
México. 1998. Exposições individuais: Futura, na Galeria OMR, Ciudad de México; e Retratos, na Galeria Arte Actual
Mexicano, em Monterrey, Nuevo León. Exposição coletiva El cuerpo
aludido, anatomías y construcciones, no Museu
Nacional de Arte, México. 1999. Exposição
individual 19 dibujos, no Instituto de México en España, Madri. 2000. Publicação do livro Tiempo narrado, de José Luis Barrios Lara, estudo sobre a obra pictórica de Rébora.
Exposição individual Voto lineal, pintura e desenho 1993-2000, na Galeria de Arte Moderna, em
Jalapa, Veracruz. Exposição coletiva
Apuntes para una colección del siglo XXI, no Museu
de Arte Moderna, Ciudad de México. Sobre Roberto Rébora Eduardo
Vázquez Martín A cavalo entre uma pintura
de vocação impressionista
e expressionista, Roberto Rébora
(Guadalajara, 1963) seguiu o caminho
que vai dos corredores obsessivos
da memória erótica às atmosferas angustiantes dos rituais
matriarcais da família,
para finalmente sair daí
à rua. Com as monotipias
que intitulou La niña precoz (1993), Rébora revelou um olhar inocente próprio de uma criança, entendido este tal e como o definiu
o doutor Freud: um perverso polimorfo. Depois fez de sua Suit
cojin (1995) um espaço para olhar os prazeres e as taras das mulheres
em família, mas seu olhar seguia
sendo o de uma criança: um observador submetido à fascinação da mulher, seu erotismo e sua histeria, sua poética e sua autodestruição. Com Futura
(1998), Roberto Rébora demonstra
o fortalecimento de suas ferramentas expressivas: a
firmeza elástica de seu desenho,
uma paleta de cores cada
vez mais rica e contrastante, assim
como uma composição que descreve o movimento, a tensão entre distintos pontos de fuga e uma geometria protagonista de
planos de cores. Sair em busca da cidade complicou a temática e a perspectiva pictórica de Rébora. A violência contida dos espaços interiores estala agora em sua forma pública. A síntese de um olhar desconstrutivista que devém abstração, a necessidade de narrar com a
prosa da linha e das cores
as ações da urbe, a exigência
de uma pintura de leituras
sobrepostas, onde muitas vezes o caos guarda uma anedota por decifrar, uma história por ler, são algumas das características
do mais recente trabalho deste pintor mexicano.
Página preparada pela editoria
de Agulha, em colaboração com Roberto Rébora. O texto de Eduardo Vázquez Martín, poeta
mexicano, foi escrito por ocasião
da exposição Futura, de 1998. O crédito da fotografia do artista em seu ateliê é de Miguel Amoral. Tradução a cargo de Floriano Martins. Rébora ilustra a quase totalidade das matérias deste número de Agulha.. |